quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Should we laugh or cry?

Uma amiga e colega tradutora me passou o Q&A abaixo, postado originalmente por Mara Inês Nascimento.

Respostas cretinas para perguntas imbecis...


Vocês não têm raiva dessas perguntas? (As respostas são minhas; algumas dei; outras, só pensei, mas deviam estar escritas na minha cara. Não reparem. Meu humor anda péssimo ultimamente.)

- Você é tradutora (com olhar de "coitada dela...")?
- Sou.
- Nossa! E estudou pra isso?
- Não. Na verdade, como nunca gostei de matemática, não passei da 4ª série...
- Nossa! E você gosta DISSO?
- Não, detesto. Faço porque me odeio.
- Trabalha em casa, hein? Que vidão!
- É, assim posso encher o saco dos meus filhos o dia inteiro. O objetivo é exatamente este.
- Puxa, mas você consegue viver disso?
- Não. É que meu marido é rico.
- Tradutora de medicina? UAU! Que irado! Então me diz aí, tô com uma dor aqui na barriga que sobe e desce, umas pontadas. Você deve entender disso, né?
- Na verdade, não entendo, não. Eu só traduzo, não leio.
- Mas você não tem um emprego de verdade?
- Não... isso é coisa pra otário. Gosto de trabalhar de camisetão e havaianas e em empresa não dá, né?
- Puxa, mas então você tem muito tempo livre, faz seus horários, né?
- Ah, é. É ótimo. Dá pra trabalhar, levar um filho ao médico, outro pra vacinar, ir à reunião de pais na escola, cozinhar, lavar e arrumar a casa e depois ir ao curso de francês tudo num dia só. Não é o máximo?
- O chato disso deve ser a perda do contato humano, né?
- Não, acho ótimo. Odeio gente.
- Ah, então dá pra você traduzir o manual do Playstation do meu filho?
- Claro, com prazer. São R$ 0,50 por palavra.
- Credo! Tão caro assim?
- Não! Te passei o preço com desconto porque você é da família, né?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Homenagem

O patchwork de reminiscências abaixo é uma homenagem ao meu pai, Peter Klassen, a quem devo em considerável medida minha paixão pela leitura, escrita e música.



Não era raro encontrá-lo no escritório, cercado de livros e papéis, estudando e preparando aulas e sermões enquanto ouvia música clássica num velho Akai. Sua biblioteca com milhares de volumes em várias línguas não era um santuário intocável, mas um espaço sempre acessível a todos nós. Quantas vezes não empacotamos e desempacotamos aqueles livros todos em nossas muitas mudanças! Conhecia algumas capas de cor mesmo antes de conseguir lê-las.


Aliás, uma de minhas primeiras lembranças claras da infância é de antes dos cinco anos de idade, das tardes que meu pai e eu passávamos brincando com letrinhas multicoloridas de plástico e ele me mostrava como formar palavras. Pouco mais de um ano depois, era ele quem me acordava todas as manhãs, preparava meu café da manhã e me acompanhava até a Elementary School em Portland, onde aprendi a ler, escrever, falar e pensar em inglês.


Recordo-me, ainda, das histórias que ele inventava todas as noites para o meu irmãozinho. Eram relatos emocionantes nos quais amigos fiéis com nomes engraçados corriam o mundo em busca de aventuras. Também estimulava nossa imaginação ouvindo conosco grandes compositores e nos convidando a criar cenas que combinassem com os movimentos das músicas. Como a neve caía suave no Inverno das Quatro Estações de Vivaldi! Como os exércitos marchavam determinados ao som de Wagner! E como era fácil pensar num Deus grandioso ao ouvir os Concertos de Brandenburgh de Bach!

Talvez estejam aí as sementinhas do gosto que meu irmão e eu temos por ocupações criativas...


Igualmente gravados na memória estão alguns dos esboços de sermões que ele me dava para ler antes do domingo, escritos com letras de forma em folhas de papel A4 dobradas ao meio. Eram sermões que falavam de uma teologia muito prática, repletos de metáforas e histórias vívidas que apontavam para um Deus de graça, misericórdia e amor. Houve ocasiões em que meu pai não viveu tudo que pregou. O Deus dos sermões, porém, continuou sendo o mesmo, um Pai perfeito e imutável que cuidou de mim e do meu pai humano em meio às nossas imperfeições.


Aos doze anos, quando desejei dar testemunho público de minha fé, foi papai quem me batizou.

Aos poucos, o mestre da infância tornou-se o companheiro de viagens e passeios da adolescência. Juntos, visitamos aldeias indígenas no interior do Mato Grosso do Sul, tomamos o “trem da morte”, vimos o sol se por no Pantanal e percorremos a pé caminhos poeirentos na Bolívia. Juntos, viajamos pelo norte e oeste do Paraná, parando para comer “queijo quente” em postos à beira da estrada. Juntos, visitamos museus em Chicago, vimos a Pedra de Roseta e caminhamos com dificuldade em parques cobertos de neve em Minneapolis. Juntos, fomos a incontáveis partidas de futebol e jogamos basquete nas quadras do parque do Ibirapuera.


Ciumento, ele espantava qualquer namorado em potencial, mas, quando encontrei minha “alma gêmea”, fez questão de conduzir meu noivo e eu ao fazermos nossos votos de casamento e trocarmos alianças.

E, em novembro passado, quando meu irmão e sua noiva trocaram votos semelhantes, papai estava lá, alegre e orgulhoso. Passou quase todo o tempo conversando conosco e falando de seus planos para os próximos meses. No fim da festa, nos despedimos dele com carinho, sem saber que seria a última vez que o veríamos.


Papai faleceu na noite de 22 de dezembro de 2008.


De lá para cá, o Espírito Santo, o “Tradutor Supremo”, tem traduzido nosso pranto de saudades e expectativas frustradas em orações de gratidão a Deus por tantas boas memórias.


Somente em Deus, ó minha alma, espera silenciosa, porque dele vem a minha esperança.

Só ele é a minha rocha, e a minha salvação, e o meu alto refúgio; não serei jamais abalado.

De Deus dependem a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha forte rocha e o meu refúgio.

Confiai nele, ó povo, em todo tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.

Salmo 62.5-8



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Bulletin Board


Repasso, abaixo, as informações que recebi sobre a conferência internacional de interpretação INTERPRETA 2009:

Com grande satisfação, anunciamos a abertura das inscrições para a 2ª Conferência Internacional de Interpretação INTERPRETA2009 que estará sendo realizada na cidade de Mendoza, de 26 a 28 de junho de 2009 no Sheraton Mendoza Hotel.

No link que incluímos, www.interpreta-conference.org, entre outras informações, poderão ver o programa preliminar da conferência, a lista de oradores e seus CVs e fotos, o formulário de inscrição (nesta oportunidade a inscrição será feita exclusivamente on-line), e a tabela de preços da inscrição, de acordo com as datas. O prazo para pagamento do primeiro segmento é 15 de janeiro de 2009.

A Web site estará sendo atualizada constantemente. Posteriormente aparecerá a versão em inglês, os níveis de patrocínio, logotipos de patrocinadores e da clientela, os assuntos definidos dos oradores, os novos oradores confirmados, etc.

Para aqueles que desejarem ler sobre como foi a Interpreta2007, recomendamos clicar encima do ícone da Interpreta 2007 em www.interpreta-conference.org

Atenciosamente,

José Luis Villanueva Senchuk, presidente

Lucille Barnes, co-presidenta