sexta-feira, 15 de maio de 2009
Mãos
Mãos que digitam com rapidez, que clicam centenas de vezes por dia, que seguram a caneta vermelha.
Mãos que trabalham para consturir pontes de papel e tinta e unir culturas.
Mãos doloridas e cansadas no final da semana.
Mãos que precisam aprender a descansar.
Mãos cujas forças são renovadas a cada manhã.
Mãos que procuram outras mãos para traduzir em gestos o amor, a amizade, o apoio, o perdão.
Mãos formadas por Mãos Divinas muito maiores e mais fortes.
Mãos que podem esperar serenas o dia em que serão aperfeiçoadas para sempre.
Imagem: Borboleta descansa sobre minha mão (por Vanderlei Ortigoza Jr.; março/2009)
Para quem trabalhamos?
Sugiro para reflexão e, com a ajuda de Deus, aplicação, alguns trechos de mais um excelente livro de Dallas Willard: A conspiração divina (trad. Eduardo Pereira e Ferreira; Ed. Mundo Cristão, 2001).
Capítulo 8 – De como ser discípulo, ou aluno, de Jesus
A glória do meu trabalho
[...] Pense no seu trabalho, aquilo que você faz para viver. Essa é uma das maneiras mais claras de se concentrar na sua condição de discípulo de Jesus. Ser discípulo de Jesus é, essencialmente, aprender com Jesus a fazer o seu trabalho como o próprio Jesus o faria. O Novo Testamento exprime essa ideia propondo que tudo façamos “em nome de” Jesus.
Quando você pára para pensar nisso, percebe que não encarar o trabalho como local primordial de exercício do discipulado é excluir automaticamente a parte principal, se não a maior, das horas ativas da vida com Jesus. É aceitar controlar sozinho um dos seus interesses mais fortes na vida [...]
Mas como é exatamente que se faz do trabalho um aspecto essencial da condição de discípulo de Jesus? Obviamente não se tornando um cristão “chato”, o rigoroso defensor de toda decência e crítico acerbo da conduta de outros. [...]
A mansa mas firme não-cooperação com coisas que todos sabem ser erradas, aliada a um serviço sensível, não impertinente, não intrometido, não subserviente aos outros, deve ser o nosso modo habitual e declarado de agir. Isso se deve combinar com uma constante vida íntima de oração por todo tipo de atividade que o nosso trabalho exige, além de um amor genuíno por todas as pessoas envolvidas.
Assim, pontos específicos dos ensinamentos e do exemplo de Jesus – como a não-retaliação, a recusa de pressionar por vantagens financeiras [...] entrarão em ação de acordo com as circunstâncias. [...]
[...] o interesse central de Deus é o trabalho específico das pessoas [...] Ele quer o trabalho bem feito. É trabalho que precisa ser feito, e deve ser feito como o próprio Jesus o faria. Nada substitui isso. Na minha opinião, pelo menos, enquanto a pessoa está trabalhando, todas as atividades exclusivamente religiosas devem assumir um posto secundário em relação à obrigação de fazer “o serviço” com suor, inteligência e o poder de Deus. Essa é a nossa devoção a Deus. (Estou supondo, claro, que esse trabalho promove os bons propósitos humanos.) [...]
Como aprendizes de Jesus, relacionamo-nos pessoalmente com ele ao fazer o nosso trabalho, e ele está conosco, como prometeu, para nos ensinar a fazer o melhor.
[...] se você não gosta do seu trabalho, ou até o odeia, condição epidêmica na nossa sociedade, a maneira mais rápida de se livrar dele, ou de nele encontrar alegria, é fazê-lo como Jesus o faria. Isso é o próprio âmago do discipulado, e não podemos ser aprendizes competentes de Jesus sem integrar o nosso trabalho ao Reino no Meio de nós.