Para quem deseja ou precisa permanecer atualizado quanto às expressões mais recentes em inglês e, ocacionalmente, em outras línguas, que estão circulando na mídia, recomendo o divertido e informativo blog Schott's Vocabulary, associado ao The New York Times. Abaixo, a apresentação.
About Schott's Vocab
Schott’s Vocab is a repository of unconsidered lexicographical trifles — some serious, others frivolous, some neologized, others newly newsworthy. Each day, Schott's Vocab explores news sites around the world to find words and phrases that encapsulate the times in which we live or shed light on a story of note. If language is the archives of history, as Emerson believed, then Schott’s Vocab is an attempt to index those archives on the fly.
Ben Schott is the author of “Schott’s Original Miscellany,” its two sequels, and the yearbook “Schott’s Almanac.” He is a contributing columnist to The Times’s Op-Ed page. He lives in London.
No dia 19 de março a Academia Brasileira de Letras lançou a quinta edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa que incorpora as novas normas do acordo ortográfico. Segundo o informe da ABL (veja o texto completo aqui), o volume, de 887 páginas, contém 349.737 vocábulos, apresentados sob forma de lista, por ordem alfabética, incluindo-se a classificação gramatical de cada um, além dos estrangeirismos (cerca de 1500), que aparecem na parte final da obra. A impressão foi confiada pela ABL à editora Global.Para quem, como eu, ainda está confuso com hífens e afins, pode ser uma boa aquisição. Abaixo, dois artigos que tratam de algumas repercussões das novas normas.
Com a mudança ortográfica, "acreanos" são agora "acrianos". "'Acriano' soa esquisito. Somos 'acreanos' há mais de cem anos, quando decidimos que não éramos bolivianos, e sim brasileiros, e conseguimos a independência. A mudança mexe nas nossas raízes históricas e cultuais", diz a deputada federal Perpétua Almeida (PC do B-AC), que lidera o movimento." [...]A ABL diz considerar positivas as manifestações como esta do Acre porque, assim, a sociedade pode discutir questões relacionadas à língua. Segundo a assessoria da academia, "nunca houve no país uma discussão tão rica e profícua".
Um artigo da BBC Brasil fala das perdas e ganhos do mercado editorial com o novo arcordo:
Passou-se um mês desde que escrevi o último post aqui. Trinta dias lutando para encontrar equilíbrio entre trabalho dentro e fora do escritório (afinal, cultivar relacionamentos, cuidar da família, da casa e de nós mesmos também é trabalho) e ócio (palavra que ainda causa certa aversão por estas bandas, mesmo que seja o tal do “ócio criativo”). Convém lembrar que ócio não significa apenas “preguiça, indolência, moleza”, mas também “folga, repouso” e, mais interessante ainda, “trabalho mental agradável”.
Trabalho mental agradável pode representar coisas diferentes para pessoas diferentes quando levamos em consideração o que é agradável para nós. Podem ser leituras, sonhos, lembranças felizes e por aí afora. Que tipo de trabalho mental, porém, é agradável a Deus?
Renovação interior
Nos últimos meses, tenho lido, relido e conversado com algumas pessoas sobre o livro “A renovação do coração” (Dallas Willard, Ed. Mundo Cristão, tradução de Sueli Saraiva), excelente texto sobre formação espiritual. O capítulo 6 trata da transformação da mente, isto é, a formação espiritual e a vida reflexiva, e começa com a seguinte observação:
Da mesma forma como pela primeira vez desviamos os pensamentos de Deus, assim ocorrem os primeiros movimentos dos pensamentos em direção à renovação do coração. Os pensamentos são o lugar onde podemos e devemos começar a mudar. [...] A máxima liberdade que possuímos como seres humanos é o poder de selecionar aquilo que permitiremos ou exigiremos que habite em nossa mente. Nós não somos totalmente livres a esse respeito. Mas desfrutamos de grande liberdade aqui, e, embora “mortos em [...] transgressões e pecados”, ainda temos a capacidade e a responsabilidade de tentar reter Deus em nosso conhecimento — mesmo que apenas de maneira inadequada e vacilante. E as pessoas que agirem assim com certeza progredirão em direção a Deus, pois se buscarmos o Senhor de fato, com o máximo empenho, ele, que sempre sabe o que na realidade está em nosso coração, fará que o conheçamos de verdade.
O versículo na epígrafe do capítulo é: “Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado” (Sl 16.8).
Será que sempre temos o Senhor diante de nós na forma de pensamentos a seu respeito? Confesso que grande parte do tempo, minha mente se encontra ocupada com coisas como prazos a cumprir, produtividade (laudas por dia), otimização de tempo, recursos e energia, tarefas domésticas a realizar, marido + amigos + gatos, atividades (e, infelizmente, ativismo) na igreja, yadda, yadda, yadda.Muitos desses pensamentos são legítimos, importantes e, ocasionalmente, até agradáveis. O problema é o lugar central que ocupam na mente e o fato de virem, na maior parte das vezes, desassociados da realidade de Deus.
Quaresma
Para quem não segue o calendário litúrgico, quaresma pode ser o tempo necessário para se recuperar do Carnaval e pensar em formas de se acabar na Páscoa, o próximo feriado prolongado.
Para os mais ortodoxos, porém, o intuito a quaresma (os quarenta dias entre a quarta-feira de cinzas e o domingo da Ressurreição) é proporcionar um tempo de reflexão sobre a morte e ressurreição de Cristo e as implicações práticas dessas duas realidades para o nosso quotidiano. Suspeito que, em parte, nossa dificuldade em ligar as duas coisas se deve a à falta de hábito (preguiça mental?) de pensar sobre essas questões. Permitimos que os pássaros da inquietação, desesperança, orgulho, impureza, ressentimento, ansiedade e egocentrismo não apenas voem sobre nossa cabeça, mas façam ninho dentro dela e cuidamos para que todos estejam sempre bem alimentados.
Alguns dias atrás, traduzi um comentário curto sobre a Epístola aos Efésios. A certa altura, Paulo fala do tema de sua oração pelos cristãos em Éfeso e do Deus a quem dirige essas orações:
Por esta causa, me ponho de joelhos diante do Pai, de quem toma o nome toda família, tanto no céu como sobre a terra, para que, segundo a riqueza da sua glória, vos conceda que sejais fortalecidos com poder, mediante o seu Espírito no homem interior; e, assim, habite Cristo no vosso coração, pela fé, estando vós arraigados e alicerçados em amor, a fim de poderdes compreender, com todos os santos, qual é a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade e conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento, para que sejais tomados de toda a plenitude de Deus.
Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém! (Efésios 3.14-21)
Esta passagem traz vários termos associados à mente: “compreender”, “conhecer”, “entendimento”, “pensamos”. Paulo sabia do papel fundamental dos pensamentos em nossa formação espiritual. Afinal, os pensamentos “determinam a orientação de tudo o que fazemos e despertam os sentimentos que moldam nosso mundo e motivam nossas ações” (Willard). Paulo também sabia, porém, que não podemos transformar sozinhos nosso modo de pensar. Existem vários passos que podemos dar para ocupar nossa mente com pensamentos agradáveis a Deus que resultarão em uma vida equilibrada, segundo os padrões divinos. Não faltam livros a esse respeito (além de Willard, Eugene Peterson, Phillip Yancey, Larry Crabb, Brennan Manning, Michael Horton e vários outros autores tratam de questões ligadas direta ou indiretamente às disciplinas espirituais). MAS, somente Deus “é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos”. Somente Deus. A transformação de nosso ser interior se iniciou por iniciativa dele, tem continuidade diária pelo poder dele e “aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Que tal usarmos os trinta dias que faltam para a Páscoa para pensar em formas criativas de sempre ter o Senhor diante de nós?Para essa tarefa, contamos com a ajuda ao Espírito Santo, aquele que nos ensina todas as coisas e nos faz lembrar de tudo que Jesus ensinou (Jo 14.26).
Na jornada rumo a uma compreensão mais profunda da dimensão do amor de Cristo e da obra que Deus está realizando em nossa vida, continuaremos a pensar em prazos, em preço por lauda, em acordo ortográfico, em cheque especial, no que fazer para o jantar, em cursos para melhorar nossa técnica, no final de semana com amigos, na programação da igreja, no dicionário novo que custa uma fortuna, na goteira no meio da sala, no gato afiando as unhas no sofá, na dor nos punhos e nos olhos cansados. Continuaremos a pensar em tudo isso, mas dentro de um novo padrão de referência, o padrão divino revelado mais claramente entre o Natal e a Páscoa.
1. Aprimorar a qualidade dos serviços prestados por tradutores cristãos.
Entendemos que, acima de tudo, é Deus quem nos capacita para nossas tarefas. No entanto, cabe a cada um buscar a excelência em sua missão através dos recursos que Deus proporciona. Prestar serviços para editoras que visam propagar o evangelho e promover o crescimento na fé torna essa busca pela excelência ainda mais relevante.
2. Criar um ambiente que proporcione encorajamento e crescimento espiritual, pessoal e profissional para os tradutores cristãos.
O tradutor precisa viver no centro de sua cultura para entendê-la e interagir com ela adequadamente. Ao mesmo tempo, precisa viver à margem desta para conhecer e interagir com outras culturas e fazer o papel de “ponte”.
Sua função requer estrutura:
a. espiritual - consciência da sua dependência de Deus, conhecimento e prática da Palavra;
b. pessoal- disciplina, capacidade de trabalhar em certo isolamento; e
c. profissional - conhecimento e prática do seu ofício e ferramentas.
3. Promover a interatividade entre os tradutores cristãos.
Apesar de apresentar vários aspectos de natureza individual, a tradução tem sofrido a influência prejudicial da mentalidade individualista e excessivamente competitiva de nossa época. O contato com outros profissionais de mesma ocupação e do âmbito editorial como um todo pode gerar oportunidades de aprendizado, sociabilização e trabalho conjunto.