Além de ser Dia do Tradutor, hoje também é Rosh Hashanah, o Ano Novo dos judeus.
De acordo com as crenças judaicas, a cada Rosh Hashanah Deus reavalia sua criação é decide se ela merece outro ano neste mundo. Todos são julgados pelo Criador com base naquilo que fizeram no ano anterior. Deus registra o julgamento e determina se o próximo ano será de bênção ou disciplina. Apesar de ser escrito no livro de Deus em Rosh Hashanah, esse julgamento só é selado dez dias depois, em Yom Kippur, o Dia da Expiação, daí o costume de usar, nessa época, uma saudação especial: “Que você seja escrito e selado para um bom ano”.
Durante esses dez dias, todos podem refletir sobre como melhorar seu julgamento através de três atos: Arrependimento, Oração e Caridade. O arrependimento implica verdadeiro pesar, remorso pelo passado e um compromisso de mudança para o futuro. A oração fervorosa e os atos de bondade contam pontos positivos e, se realizados com sinceridade, podem levar Deus a fazer um “upgrade” da situação espiritual do indivíduo.
O apóstolo Paulo chama isso de “obras da lei” e diz: “O homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2.16).
Se você imagina que a idéia de salvação por obras é exclusividade dos judeus, talvez convenha analisar se, de vez em quando, não faz uma coisa aqui e outra ali só para marcar uns pontos no placar celestial...
Além da retrospectiva do ano, um dos elementos característicos da comemoração de Rosh Hashanah é o chofar, um chifre de carneiro que, ao ser soprado, emite vários tipos de som. O toque do chofar nas cerimônias de Rosh Hashanah serve para:
- Proclamar que Deus é o Rei do Universo.
- Despertar o espírito que anda meio “cochilando”.
- Expressar uma súplica profunda da alma humana a Deus.
Diante dos propósitos acima, podemos perguntar:
- Estamos vivendo de acordo com a realidade do controle soberano de Deus sobre tudo que acontece em nossa vida e no mundo? Que diferença isso faz para nós?
- Será que nosso espírito está acordado para se relacionar com Deus, ou anda meio distraído com uma porção de outras coisas?
- Nossa alma suplica (pede com humildade e anseio) para permanecer na presença de Deus? Ele é tudo o que mais queremos?
Outro costume de Ano Novo judeu consiste em mergulhar um pedaço de maçã no mel e dizer antes de comer: “Que o novo ano seja bom e doce”.
Se a pessoa deseja que o ano novo seja bom, por que pedir também que seja doce?
O pedido por um bom ano novo é mais um reconhecimento do que um desejo, pois Deus é bom, tudo o que vem das mãos dele é bom e tudo o que ele faz ou permite que aconteça em nossa vida é bom. “O Senhor é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras” (Salmo 145.9).
Infelizmente, nem sempre nossos olhos são capazes de enxergar essa bondade e, muitas vezes, nosso coração também não quer aceitá-la. Por isso, é costume pedir um ano doce. Quando nos lembramos que Deus está sempre operando para o nosso bem, até as situações mais adversas adquirem certa doçura, pois percebemos o carinho do Pai em meio às dificuldades. Ao aceitarmos o cuidado que Deus manifesta em suas bênçãos e disciplinas, não praticamos o arrependimento, a oração e a caridade por obrigação, mas sim, como resposta de gratidão à doçura do amor divino.
Que você possa receber o perdão oferecido por meio de Jesus Cristo e se lembrar de que, ao fazê-lo, o seu nome estará registrado e selado para passar a eternidade com Deus.
Que o chofar do Espírito Santo desperte o seu espírito para tudo que é verdadeiramente importante.
E que você possa se lembrar da doçura do amor de Deus a cada dia.
Um alegre Rosh Hashanah e feliz Dia do Tradutor!