Comprei o VocabuLando em 2006, quando foi lançada a edição ampliada e atualizada. O vocabulário é bastante útil, especialmente pelo grande número de nuanças e exemplos em cada termo. Ele e o Guia Prático de Tradução Inglesa formam uma boa dupla e se complementam em vários aspectos, pois, enquanto o Guia é dedicado especialmente aos falsos cognatos, para os quais apresenta excelentes explicações, o VocabuLando traz várias entradas com acepções atuais como worst case cenario, empowered e awesome e expressões idiomáticas.
Porém, o que mais me chamou a atenção ao ler a apresentação do vocabulário foi o relato da autora sobre como o livro tomou forma:
Tudo começou com um velho caderno de capa dura [...] senti a necessidade de elaborar meu próprio glossário para registrar meus achados e não repetir as pesquisas [...]
E, depois de algumas considerações acerca da obra, ela prossegue relatando:
Em 1988 [dois anos depois de iniciar o tal glossário] o velho caderno já não tinha mais espaço e comecei a transcrever meus achados no computador. Com isso as coisas se organizaram melhor. Adquiri o costume de anotar e prestar atenção em tudo que tivesse a ver com tradução. As boas soluções iam direto para o meu vocabulário [...] A partir de 1995 os exemplos foram ficando mais numerosos e mais completos, pescados diariamente nos mares da internet.
Gostei da idéia e resolvi começar o meu próprio glossário. Ao invés de um caderno, abri um arquivo no Word el estou compilando uma lista de palavras e expressões para as quais as soluções apresentadas nos dicionários inglês-português nem sempre são satisfatórias.
Para facilitar consultas futuras, tenho procurado acrescentar exemplos do original em inglês, seguidos de possíveis soluções e uma observação acerca da fonte, caso sejam provenientes de algum livro de consulta como o Guia Prático de Tradução Inglesa ou o VocabuLando. Algumas soluções também vêm de textos de colegas, enquanto outras são inspiradas por exemplos negativos que me levam a buscar uma alternativa mais adequada. Afinal, apenas criticar as escolhas alheias pode ser fácil e fazer bem para o ego, mas não contribuirá em nada para melhorar a qualidade dos meus textos.
A princípio, imaginei que a construção desse glossário atrapalharia o ritmo de trabalho, pois exigiria interrupções relativamente longas. Na prática, porém, apesar das consultas serem mais demoradas da primeira vez, quando me deparo com o termo novamente algumas semanas ou meses depois, algumas soluções já se encontram registradas no glossário e não preciso pesquisar outra vez. Como sempre, tem valido a pena vencer a pressa e a preguiça.
Meu discurso “I have a dream” é consideravelmente menos ambicioso do que o do Rev. Martin Luther King: Vejo tradutores cristãos trabalhando juntos para formar um glossário com palavras e expressões peculiares a textos sobre vida cristã, espiritualidade, teologia e história da igreja. Vejo profissionais se esforçando em conjunto para atender à necessidade premente de elevar o nível dos serviços prestados às editoras cristãs.
Uma vez que só fazer discurso não resolve o problema de ninguém, se Deus quiser, em 2008 pretendo disponibilizar o meu glossário aqui (em etapas).
Se você é tradutor, editor, revisor ou outro “or” e tem o seu glossário (definido aqui, como uma lista de duas ou mais palavras), considere-se oficialmente convidado / desafiado a compartilhá-lo em nosso Café.
Um comentário:
Que venha mais um livro dessa sua iniciativa! Eu comecei uma vez um glossário online de expressões idiomáticas no wikiwords, mas tive problemas com o sistema. Mas até hoje me arrependo de não ter sido consistente e persistente...
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