terça-feira, 30 de setembro de 2008

Rosh Hashanah e Dia do Tradutor


Além de ser Dia do Tradutor, hoje também é Rosh Hashanah, o Ano Novo dos judeus.

De acordo com as crenças judaicas, a cada Rosh Hashanah Deus reavalia sua criação é decide se ela merece outro ano neste mundo. Todos são julgados pelo Criador com base naquilo que fizeram no ano anterior. Deus registra o julgamento e determina se o próximo ano será de bênção ou disciplina. Apesar de ser escrito no livro de Deus em Rosh Hashanah, esse julgamento só é selado dez dias depois, em Yom Kippur, o Dia da Expiação, daí o costume de usar, nessa época, uma saudação especial: “Que você seja escrito e selado para um bom ano”.

Durante esses dez dias, todos podem refletir sobre como melhorar seu julgamento através de três atos: Arrependimento, Oração e Caridade. O arrependimento implica verdadeiro pesar, remorso pelo passado e um compromisso de mudança para o futuro. A oração fervorosa e os atos de bondade contam pontos positivos e, se realizados com sinceridade, podem levar Deus a fazer um “upgrade” da situação espiritual do indivíduo.

O apóstolo Paulo chama isso de “obras da lei” e diz: “O homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gálatas 2.16).

Se você imagina que a idéia de salvação por obras é exclusividade dos judeus, talvez convenha analisar se, de vez em quando, não faz uma coisa aqui e outra ali só para marcar uns pontos no placar celestial...


Além da retrospectiva do ano, um dos elementos característicos da comemoração de Rosh Hashanah é o chofar, um chifre de carneiro que, ao ser soprado, emite vários tipos de som. O toque do chofar nas cerimônias de Rosh Hashanah serve para:

  • Proclamar que Deus é o Rei do Universo.
  • Despertar o espírito que anda meio “cochilando”.
  • Expressar uma súplica profunda da alma humana a Deus.

Diante dos propósitos acima, podemos perguntar:

  • Estamos vivendo de acordo com a realidade do controle soberano de Deus sobre tudo que acontece em nossa vida e no mundo? Que diferença isso faz para nós?
  • Será que nosso espírito está acordado para se relacionar com Deus, ou anda meio distraído com uma porção de outras coisas?
  • Nossa alma suplica (pede com humildade e anseio) para permanecer na presença de Deus? Ele é tudo o que mais queremos?

Outro costume de Ano Novo judeu consiste em mergulhar um pedaço de maçã no mel e dizer antes de comer: “Que o novo ano seja bom e doce”.

Se a pessoa deseja que o ano novo seja bom, por que pedir também que seja doce?

O pedido por um bom ano novo é mais um reconhecimento do que um desejo, pois Deus é bom, tudo o que vem das mãos dele é bom e tudo o que ele faz ou permite que aconteça em nossa vida é bom. “O Senhor é bom para todos, e as suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras” (Salmo 145.9).

Infelizmente, nem sempre nossos olhos são capazes de enxergar essa bondade e, muitas vezes, nosso coração também não quer aceitá-la. Por isso, é costume pedir um ano doce. Quando nos lembramos que Deus está sempre operando para o nosso bem, até as situações mais adversas adquirem certa doçura, pois percebemos o carinho do Pai em meio às dificuldades. Ao aceitarmos o cuidado que Deus manifesta em suas bênçãos e disciplinas, não praticamos o arrependimento, a oração e a caridade por obrigação, mas sim, como resposta de gratidão à doçura do amor divino.

Que você possa receber o perdão oferecido por meio de Jesus Cristo e se lembrar de que, ao fazê-lo, o seu nome estará registrado e selado para passar a eternidade com Deus.

Que o chofar do Espírito Santo desperte o seu espírito para tudo que é verdadeiramente importante.

E que você possa se lembrar da doçura do amor de Deus a cada dia.

Um alegre Rosh Hashanah e feliz Dia do Tradutor!


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O definitivo e o temporário

Enquanto relia alguns trechos do livro A Teologia do Século 20 (Ed. Cultura Cristã, 2003) e encontrava uma porção de defeitos no meu próprio trabalho de tradução, me deparei com uma passagem sobre Dietrich Bonhoeffer. Nascido em Breslau em 4 de fevereiro de 1906, o pastor e teólogo alemão foi morto no campo de extermínio de Flossenburg na madrugada de 9 de abril de 1945, poucos dias antes de os Aliados libertarem os prisioneiros daquele campo. Sua vida curta foi marcada não apenas pelos trabalhos acadêmicos, mas pelo anseio por ser um verdadeiro discípulo de Cristo em tempos conturbados e pelo envolvimento com a realidade ao seu redor.

Desde muito jovem, Bonhoeffer havia se interessado pela teologia. No final, porém, descobriu que havia sido chamado para outra vocação, aquela de sacrificar sua vida pela fé.

Vários aspectos de seus estudos teológicos continuam sendo relevantes nos dias de hoje. A passagem que me chamou a atenção trata especificamente do definitivo e do temporário:

Bonhoeffer combinou esses dois aspectos do discipulado cristão através do uso inspirado dos conceitos de “disciplina secreta” e seu par, a relação integral entre “definitivo” e “temporário”, sendo a segunda idéia a de mais fácil compreensão.

Para Bonhoeffer, há uma ligação íntima entre a realidade eterna e o mundo presente. Esse relacionamento significa que o cristão deve evitar os erros da completa rejeição ou completa aprovacação do mundo presente (isto é, temporário). Os cristãos devem viver como aqueles que pertencem completamente a este mundo temporário. Ao fazê-lo, entretanto, devem sempre ter em vista que Cristo é o Senhor do mundo e que o agir de Deus se manifesta na vida diária. O definitivo é que dá sentido ao temporário. Portanto, Bonhoeffer chamava os cristãos a se envolverem na vida dentro do mundo com uma visão da realidade definitiva, que é Deus e a intenção de Deus de oferecer justificação ao crente. Desse modo, a vida cristã no mundo torna-se “participação no encontro de Cristo com o mundo”, no sentido de que “em Cristo, a realidade de Deus encontra a realidade do mundo” (pg. 184).

O definitivo é que dá sentido ao temporário.


Que possamos ter essas palavras em mente ao negociar prazos de jobs, assinar contratos, tomar decisões profissionais e pessoais, sair às compras e cuidar dos nossos afazeres diários.


sábado, 20 de setembro de 2008

Bulletin Board


Repasso abaixo alguns avisos que recebi esta semana de colegas tradutores.


Como alguns de vocês provavelmente já sabem, há algum tempo a colega Denise Bottmann (copiada nesta mensagem) lançou o blog "assinado-tradutores" com o objetivo inicial de denunciar fraudes em traduções (publicação de traduções plagiadas). Denise vem conduzindo o assunto com determinação e empenho, e convida os associados da Abrates a apoiar essa iniciativa e outras tantas apresentadas pelo "assinado-tradutores", todas elas favoráveis ao profissional da tradução.
Nos dia 27 e 28 de outubro, o Ministério da Cultura (Minc) realizará o Fórum Nacional do Direito Autoral, no Rio de Janeiro. O Fórum terá seis câmaras setoriais, sendo uma delas sobre tradução. O Minc convidou os representantes do "assinado-tradutores" para participar da Câmara sobre Tradução e Denise nos repassou o convite para integrar o debate. A idéia da Denise é levar uma pauta com as propostas dos tradutores quanto à alterações que desejamos ver na Lei de Direitos Autorais.
Assim, convidamos os associados interessados no tema a encaminhar para a Abrates até 3af, dia 23/set/08, suas sugestões e reflexões, para que possamos alinhar nossos pensamentos e delinear uma pauta de propostas juntamente com o "assinado-tradutores", pauta essa a ser apresentada durante o Fórum Nacional do Direito Autoral.
Aproveitamos ainda para encaminhar link recebido de Denise Bottmann com notícia de plágio sobre o trabalho de Monteiro Lobato: http://assinado-tradutores.blogspot.com/2008/09/monteiro-lobato.html

Abraço cordial de
Sheyla Barretto de Carvalho - Presidente
Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes

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Estamos oferecendo duas oportunidades de aperfeiçoamento para que você se destaque no acirrado mercado de traduções:
  1. Todo tradutor é um escritor e deve afiar sua principal ferramenta de trabalho: a redação na língua de chegada. A oficina Ser Escritor será realizada em São Paulo, no dia 27 de setembro, um sábado. O orientador será o Prof. Dr. Gabriel Perissé, autor de mais de uma dezena de livros, Mestre em Literatura Brasileira e Doutor em Educação pela USP. Conheça-o aqui. O valor do investimento é de 159 reais para quem se inscrever até dia 21 de setembro. A partir do dia 22 o valor passará para 198 reais.
    Aqui você terá todas as informações sobre conteúdo, local, horário e inscrição.

  2. Diante do grande sucesso de sua última edição em julho, estamos reeditando o curso Tradução e Versão de Artigos Científicos em Inglês, agora totalmente dirigido ao profissional de tradução. Será em São Paulo, nos dias 3, 4 e 5 de outubro (noite de sexta, sábado e manhã de domingo). A orientadora é a Profa. Dra. Ana Julia Perroti-Garcia, graduada em Odontologia, Especialista em Tradução pela USP e autora de seis dicionários dirigidos à tradução. Conheça-a aqui. O valor do investimento é de 329 reais para quem se inscrever até dia 28 de setembro. Do dia 29 em diante, as inscrições custarão 390 reais.
    Aqui você terá todas as informações sobre conteúdo, local, horário e inscrição.
As modalidades de pagamento são várias, incluindo parcelamento em cartão de crédito e cheque. Obtenha informações e faça sua inscrição pelo site www.malkcursos.com.br. Mas se precisar falar conosco, use nosso MSN (malkcursos@hotmail.com). Caso prefira falar por telefone, ligue para (11) 3774-9622 em horário comercial.
Um abraço,
Robinson Malkomes
Malk Comunicação Ltda

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Acordo Ortográfico

Graças a um clipping do Publishnews, finalmente encontrei informações completas sobre o acordo ortográfico que deve entrar em vigor em 2009. A página de educação do IG traz uma seção especial com artigos sobre o assunto e guia com todas as alterações. Enjoy!

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Falar e escrever melhor em inglês (e em português também)


Para quem trabalha com versões ou simplesmente deseja melhorar sua comunicação em inglês, algumas dicas da BBC.
Para ver a lista completa, clique aqui. O guia de estilo de redação da BBC está disponível em formato pdf e também traz várias informações úteis.


Observe no item 5 que o hábito detestável de usar apóstrofe para formar plurais não é "privilégio" dos brasileiros.

Algum problema de uso do português (gramática, pronúncia, grafia) na comunicação diária incomoda você? Compartilhe!
Exemplos clássicos: "Vou pegar ela", "para mim fazer", "da vez passada", "adevogado", "opição", "o soja", "o alface"...


20 examples of grammar misuse

Grammar just ain't what it used to be, it seems. When we explained the difference between "fewer" and "less than", following Tesco's policy shift on this matter, readers told us what grammar rules they see being flouted or find confusing. The list was a long one. Here are the best.

1. The one that really annoys me is how people suddenly seem to confuse "have" and "of", as in: "I could of learnt how to write properly." There's no excuse for it!
Pete, Sheffield

[...]

4. If you do something to change a situation, then you "effect" a change. If your circumstances are changed by an action, then the change has caused an "effect". You cannot "affect" a change in something, nor can you be "effected" by one.
Rob, Lyme Regis

5. I get annoyed at the reckless use of apostrophes, for example, the plural of CD can't be CD's.
Shahed Alam, London

6. Many people, including public speakers, incorrectly use "I" instead of "me". For instance, they would say "She said some very kind things about George and I", thinking that they are being polite or grammatically correct. An easy way to remember which to use is: if you would say him or her on its own, use me; if you would say he or she on its own, use I. For example, "She said some very kind things about him".
Lorraine, Aylesbury

[...]

8. How about "none of them is" and "none of them are"? Most people would use the latter whereas the former is correct. "None" is short for "not one" therefore "not one (none) of them is" would be used. Most newsreaders still get it right though - on the BBC anyway!
Emily, Bristol

NOTE: Fowler's Modern English Usage says that "none" is not short for "not one" and although using a singular verb is more common, using a plural verb has also been an acceptable option since the reign of King Alfred.

9. Similar TO, different FROM, compared WITH. Not "to" used for all of them!
Susan, Brisbane, Australia

NOTE: Fowler's Modern English Usage says: "The commonly expressed view that 'different' should only be followed by 'from' and never by 'to' or 'than' is not supportable in the face of past and present evidence or of logic." It adds that "compare to" is to liken and "compare with" or "compare to" is used to point out similarities and differences. The BBC News website style guide differs with Fowler's on this last point. It says that when pointing out differences, "compare with" should always be used.

[...]

11. I find the increasing, incorrect use of "literally" annoying.... "I literally went blue with anger!!" "Really?" I ask.
Ned, Wallingford

12. The proper use of "its" and "it's" seems to confound many people, with "its" being a possessive and "it's" being a contraction of "it is". I've seen this mistake made even in some rather lofty publications...
Eric, Berlin

13. It annoys me when people use "due to" when they mean "owing to". But then I'm a pedant.
Guy, London

NOTE: The BBC News website style guide says "due to" means "caused by" and needs a noun, but "owing to" means "because of" and relates to a verb. Hence, "the visit was cancelled [cancelled is the verb] owing to flooding" is correct. So too is "the flooding [flooding is the noun] was due to weeks of heavy rain".

14. As a secondary teacher, I'm beginning to despair when it comes to "they're", "there" and "their"; not to mention "to", "two" and "too". Why are we so afraid to correct these simple mistakes which make all the difference at a later stage?
Alexandra, London

15. There is also confusion over lend and borrow. I keep hearing school children asking "to lend your pencil" when what they actually mean is to "borrow" the pencil.
Ian Walton, Bedford

[...]

17. I don't like it when people say: I can go there "by foot" instead of "on foot"....the right preposition to use is ON.
Daniela, Urbana, IL

18. The usage that I find particularly irritating is that of a single noun with a plural verb, for example: "the team are happy with their victory", or "management have congratulated the workforce on the recent increase in productivity". Team is a singular noun so it should read "the team IS happy..." or "the team members ARE happy", the same applies "management HAS congratulated..." Also, what has happened to the word "versus", abbreviated "vs"? Now all we see is "v"; it is even read like that in sports announcements.
Lucia, Horndean, UK

NOTE: The BBC News website's style is that sports teams and pop/rock bands are always plural.

19. A classic confusing rule is the one that states that one is supposed never to end a sentence with a preposition. While this is easy and appropriate to follow in most cases, for example by saying "Yesterday I visited the town to which she has just moved" instead of "...the town she has just moved to", it becomes troublesome when the verb structure includes a preposition that cannot be removed from it, as in "At work I am using a new computer with which my manager recently set me up", which cannot correctly be changed to "...I am using a new computer up with which my manager recently set me".
Philip Graves, Stockholm, Sweden

20. Stadiums, as a plural of stadium, rather than stadia.
C. Matthews, Birmingham, UK

NOTE: Fowler's says that when dealing with modern sports grounds, rather than ones from the classical world, the plural is "stadiums".